Construir hábitos é o único caminho: por que não podemos mais nos dar ao luxo de soluções pontuais

mulher cansada de tentar ideias e colocando a cabeça na mesa

Vivemos um paradoxo: nunca se falou tanto de bem-estar, saúde mental e qualidade de vida no trabalho… mas nunca estivemos tão expostos a riscos de saúde evitáveis. E o que a ciência e as tendências de mercado mostram de forma cada vez mais clara é que não adianta apostar em soluções pontuais ou em “atalhos” para lidar com um problema que é essencialmente comportamental.

Suplementos que prometem energia instantânea, pílulas milagrosas para emagrecimento, semanas de detox ou bootcamps de meditação. Essas iniciativas podem gerar um alívio temporário, mas não constroem um padrão sustentável de saúde e bem-estar. Estamos, muitas vezes, apenas tapando o sol com a peneira, enquanto uma crise de saúde e produtividade se agrava em escala global.

O impacto crescente das doenças ligadas a hábitos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo estarão obesas até 2030, caso as tendências atuais continuem. O Global Burden of Disease Study aponta que fatores comportamentais – como má alimentação, sedentarismo, tabagismo e consumo de álcool – são responsáveis por 44% das mortes globais e 50% da carga de doenças crônicas.

Nos EUA, as doenças crônicas já consomem 90% dos US$ 4,1 trilhões anuais em gastos com saúde (CDC, 2023). No Brasil, segundo a FenaSaúde, os custos com planos de saúde crescem a uma taxa superior à inflação geral há anos, impulsionados principalmente pelo aumento das doenças crônicas – e isso compromete a sustentabilidade do sistema.

Um sistema insustentável

O Planeta Firma – Anuário de Benefícios 2025 mostra que Assistência Médica continua sendo um dos cinco benefícios mais oferecidos pelas empresas (78% de prevalência). Porém, a pesquisa também revela a preocupação com coparticipação crescente e a necessidade de incluir idosos nos planos, que será necessária com a tendência de aumento do envelhecimento da população.

Esse cenário é reforçado pelo relatório Future-Proofing the Longevity Economy, do Fórum Econômico Mundial, que alerta que até 2050 teremos 1,6 bilhão de pessoas com mais de 65 anos (isto significa, em 2050, 1 em cada 6 pessoas estará acima de 65 anos). Hoje, já se sabe que 20% do tempo de vida será vivido com alguma doença crônica.

Traduzindo: se não atuarmos na construção de hábitos que promovam saúde de forma contínua e preventiva, o peso financeiro e humano para empresas e sistemas públicos será insustentável.

Por que programas tradicionais falham

Nos EUA, apesar de investirem em média US$ 784 por colaborador em iniciativas de bem-estar, muitas empresas continuam frustradas com os resultados – algo que também vemos nas reuniões com times de RH, de pequena a grande porte. Segundo o estudo de Kateryna Demekhina, de Harvard, apenas metade das empresas e um terço dos colaboradores consideram os programas de bem-estar corporativo eficazes.

A explicação? A maioria dessas ações não toca a raiz do problema. Oferecem conteúdos avulsos, bônus financeiros, workshops pontuais e estas ações não apoiam a mudança real de comportamento no cotidiano. Como diz a autora citada acima: “Não é suficiente gerar intenção. A construção de hábitos exige repetição, adaptação e reforço”.

O estudo também destaca que o fenômeno do presenteísmo, que gera custos até quatro vezes maiores que a ausência por doença. Sem atuar nos comportamentos que sustentam energia e bem-estar, as empresas mantêm uma bomba-relógio instalada em seus times.

Mas por que comportamento é tão desafiador?

Aqui está um ponto crítico: mesmo quando as empresas oferecem acesso a programas de bem-estar, a adesão e a manutenção dos comportamentos ao longo do tempo é um enorme desafio.

O comportamento humano não muda apenas com informação. Não é porque alguém sabe que precisa dormir melhor ou se alimentar melhor que vai conseguir fazer isso de forma consistente (e você que está lendo esse artigo sabe bem disso, não é?). Por que isso acontece?

👉 Ambiente: o contexto em que a pessoa vive reforça padrões antigos.

👉 Comportamentos automáticos: mais de 40% das ações diárias são automáticas (Wendy Wood, Duke University), ou seja, não passam pela decisão consciente.

👉 Fadiga de decisão: o excesso de estímulos e escolhas drena a energia mental.

👉 Falta de reforço: muitos programas são eventos isolados e não sustentam o comportamento no dia a dia.

👉 Falta de flexibilidade: tentativas de mudança rígidas e perfeccionistas levam ao abandono diante do primeiro tropeço.

Por isso, não é surpresa que segundo Demekhina:

“Mesmo com programas estruturados, os colaboradores frequentemente não conseguem consolidar hábitos novos, porque faltam apoio contínuo e adaptação ao ambiente real.”

As tendências já apontam o novo caminho

O próprio mercado começa a sinalizar essa virada. O Planeta Firma 2025 mostra que o foco em saúde e bem-estar é a tendência número 1 para RH nos próximos anos (71,6%).

Há uma demanda crescente por benefícios que apoiem hábitos saudáveis de forma prática e integrada:

✅ Descontos em academia e programas de atividade física cresceram mais de 80% nos últimos três anos.

✅ Assistência Psicológica/Mental teve crescimento expressivo de 9,93% de 2023 para 2024.

✅ O conceito de Benefício Flexível avança fortemente porque permite personalizar o cuidado segundo o estilo de vida de cada colaborador.

Mas o que falta em grande parte dessas iniciativas é um processo contínuo de construção de hábitos, algo que o estudo de Demekhina reforça como essencial.

A lógica dos hábitos: a única solução sustentável

Como bem lembra a citação de Mark Twain: “Hábito é hábito — não se elimina de uma vez, mas se transforma aos poucos, um passo de cada vez.”

Em outras palavras: saúde e bem-estar não se constroem em ações pontuais, mas em pequenos passos consistentes. Isso vale para:

  • Sono adequado (não adianta um power nap ocasional se você não regula seu ritmo circadiano)
  • Alimentação balanceada (não adianta um detox se você não ajusta seu padrão alimentar diário)
  • Meditação (não adianta um bootcamp de um 1 semana se você não cria o hábito da meditação contínua)
  • Atividade Física (não adianta participar da corrida da empresa e depois não continuar construindo o comportamento)
  • Gestão emocional (não adianta uma palestra motivacional se você não fortalece práticas diárias de regulação emocional)

O que as empresas precisam fazer diferente?

👉 Parar de pensar somente ações pontuais – usar estas dentro de um processo de desenvolvimento contínuo.
👉 Trabalhar comportamento como processo, não como evento.
👉 Oferecer suporte individualizado – as pessoas têm realidades diferentes e a tecnologia está aqui para ajudar.
👉 Monitorar consistência e manutenção de comportamento, não apenas adesão inicial e também de forma leva, sem exposição ligada a leaderboards que afastam quem mais precisa de ajuda.
👉 Estimular uma cultura que valorize pequenos progressos contínuos, não apenas grandes marcos.

Por que desenhamos a metodologia da Huna Habits assim

A Huna Habits foi criada com um objetivo claro: ajudar empresas a promoverem saúde e bem-estar de verdade, através da construção contínua de hábitos no ambiente real das pessoas.

Nosso desenho foi baseado em evidências da ciência comportamental e da neurociência:

Micro-hábitos: começamos pequeno, para criar um ciclo de sucesso inicial e evitar a autossabotagem.
Apoio contínuo via WhatsApp: estamos no canal que a pessoa já usa – nada de mais um app que será abandonado.
Reforço diário e acompanhamento diário: a pessoa não está sozinha; nosso sistema e nossa assistente virtual (com toque humano) garantem que ela mantenha o foco.
Individualização: apoiamos a construção dos hábitos respeitando a realidade e necessidades do usuário.
Cultura de flexibilidade e progressão: trabalhamos contra o perfeccionismo e pela consistência, que é o que constrói mudança real.

Como reforça o relatório do World Economic Forum:

“Soluções que integram reforço contínuo e adaptação individual são as mais promissoras para sustentar comportamentos saudáveis ao longo da vida.”

Essa é a proposta da Huna: um processo, não um evento. É isso que as empresas precisam abraçar e é isso que estamos entregando.

A mensagem é simples e urgente: sem foco consistente na construção de hábitos, empresas e sistemas de saúde não darão conta da crescente demanda por cuidados.

É hora de parar de buscar soluções mágicas e começar a investir naquilo que realmente funciona: um processo contínuo de construção de hábitos que fortaleçam saúde, bem-estar e performance ao longo da vida.

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