Se ser mirim é ser 1% melhor a cada dia, pode me chamar de mirim!

Estava conversando na semana passada com uma das participantes da nossa Jornada – que lutou durante toda a vida contra a obesidade e, dentro do programa, conseguiu construir o hábito de realizar atividade física diariamente – que me fez refletir sobre uma situação que muitas pessoas relatam.

Feliz com os resultados que vem tendo, porque um hábito positivo construído acaba agindo como um efeito dominó, e impacta na construção de outros comportamentos saudáveis também, ela fez o seguinte comentário:

“No começo, quando iniciei a Jornada e eu tinha a minha meta inicial do comportamento, eu ficava com vergonha de falar para as pessoas. Por que quem acharia que 15 minutos diários fariam a diferença que fez na minha vida? Eu me sentia mirim.”

Mirim. Ao desligar a ligação fiquei com essa expressão na minha cabeça.

O que a participante da Jornada estava me dizendo nas entrelinhas era: “os outros julgarão que os 15 minutos diários que estou fazendo de atividade física não resultarão em nada… e que isto era uma besteira.”

Trabalhando já há anos com micro hábitos e vendo o potencial deles na vida de centenas de pessoas, ouvi muito isso. Participantes contando de amigos, familiares, colegas, dizendo para aqueles que estavam batalhando em construir novos comportamentos em suas vidas, de que 5 minutos (ou 10, 15..) era o mesmo que não fazer nada.

Uhm… para estas pessoas pouco apoiadoras, tenho duas coisas para falar. A primeira é: que tal parar e olhar para a sua vida? Não há nada que você gostaria de construir? E dois, busque ser uma pessoa que apoia ao invés de jogar contra. Precisamos de pessoas que joguem junto.

É LINDO E REALIZADOR ver mães com filhos pequenos e que trabalham, conseguirem construir momentos delas de lazer. Pessoas acima dos 65 anos construindo novos comportamentos quando achavam que já não tinham mais tempo ou possibilidade de aprender algo novo (e amo receber as fotos deles correndo, fazendo yoga, meditando… é muito bom ver o que a nossa principal máquina, o corpo humano, pode entregar), executivos de organizações conseguirem balancear vida profissional e pessoal… pessoas melhorando suas rotinas, seus relacionamentos, suas entregas, seus estilos de vida e saúde.

Como? Construindo comportamentos que são possíveis dentro da rotina e da realidade individual.

É lindo conseguir fazer 1 hora de exercício físico diário? Sim. Este é um ideal a ser buscado em algum momento, se você realmente quiser. Mas hoje, quanto tempo você tem? 10 minutos? Use esses 10 minutos para se cuidar. Faça alongamentos, faça prancha e abdominal… de 10 em 10 minutos você vai evoluindo. É ser o 1% melhor a cada dia.

Quer trabalhar a ansiedade e fazer meditação? Comece com 3 minutos de respirações profundas.

Quer ler um livro? Comece com uma página diária, talvez 3. Tenha a sua meta inicial. Quando conseguir ler mais, leia, mas o seu compromisso diário é com a meta inicial.

Como escreveu Ulrich Duprée: “Nós, humanos, não somos o que fazemos apenas uma vez. Nós somos o que fazemos repetidamente. Somos nossos hábitos.”

Faça o seu comportamento diário no tempo que cabe hoje na sua rotina, mas faça. Você verá a evolução dele se consolidando na sua vida.

Mas claro, para você decidir construir um hábito novo, é necessário fazer escolhas mais conscientes. Como assim? Deixa-me explicar melhor.

Não podemos dizer que alguém, por exemplo, escolhe construir hábitos negativos em sua vida. Porque para escolher é necessário termos um grau alto de consciência. Ter consciência dos impactos, das possibilidades…

Segundo o físico Leonard Mlodinow em seu livro Subliminar: Como o inconsciente influencia nossas vidas, nosso cérebro processa cerca de 11 milhões de bits de informação por segundo e somente cerca de 50 bits são conscientes. Isto é, somos 99% inconscientes!

Esta é a importância de trabalhar hábitos junto com um processo de autoconhecimento. Vai ficar esperando que a motivação apareça, tome conta do seu corpo e te faça levantar do sofá? Esqueça! Esqueça a motivação… ela tem altos e baixos, não dá para contar com a ajuda dela.

Para mudar comportamento temos que estar conscientes. Para isso, ter metas iniciais, que sejam fáceis e simples de serem incluídas na rotina, fazem com que você comece a treinar o seu cérebro da importância daquele hábito para você. E somado a isso, ter estas metas fazem você não conseguir usar mais a desculpa da falta de tempo.

Que aliás, Sêneca, filósofo nascido antes de Cristo, já escrevia sobre as pessoas reclamando da falta de tempo naquela época. O que me faz pensar que esta é uma dor humana universal e atemporal.

Por isso, precisamos olhar mais para nós, adequar o que queremos para a nossa rotina, definir o que é possível para a nossa realidade atual e ter consciência do bem que estamos fazendo para nós mesmos.

De quebra, isso fará com que você vá construindo mais autoconfiança e te faça gargalhar quando, um dia, alguém te chamar de “mirim”.

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