Como Medir e Analisar Indicadores de Bem-Estar nas Empresas

homem mexendo com várias plataformas que trazem dados e gráficos

O bem-estar corporativo deixou de ser apenas um benefício e passou a ser um fator estratégico dentro das empresas. No entanto, para equipes de RH e bem-estar, um dos maiores desafios é mensurar o impacto real dos programas implementados. Afinal, como provar que bem-estar melhora engajamento, produtividade, reduz turnover e sinistralidade?

Muitas empresas investem em iniciativas de bem-estar, mas encontram dificuldades em demonstrar o retorno dessas ações para a alta liderança. A falta de dados concretos pode levar a cortes de orçamento ou à deixarem de ver o tema como prioridade dentro da estratégia corporativa.

Além disso, a forma como o bem-estar é avaliado pode variar entre organizações, o que torna essencial ter um modelo estruturado e baseado em dados confiáveis. A seguir, abordamos os principais indicadores e métodos para medir e comunicar o impacto do bem-estar no negócio, garantindo que as iniciativas sejam vistas como alavancas estratégicas para a organização.

A Importância dos Pequenos Dados na Análise do Bem-Estar

Martin Lindstrom, especialista em branding, comportamento do consumidor e neuromarketing, destaca que os insights mais valiosos sobre o comportamento humano muitas vezes não vêm dos grandes bancos de dados, mas sim de pequenas pistas do dia a dia. No contexto do bem-estar corporativo, isso significa que, além de analisar números de absenteísmo e produtividade, precisamos prestar atenção em sinais sutis, como padrões de comunicação, expressões de insatisfação em reuniões ou até mesmo a forma como os colaboradores utilizam os espaços de convivência.

Medições quantitativas são importantes, mas sem um olhar atento para esses pequenos dados, corre-se o risco de interpretar métricas sem entender as causas reais dos desafios enfrentados pelos colaboradores. Ao combinar dados concretos com observações qualitativas, empresas podem estruturar programas de bem-estar mais eficazes e personalizados.

Indicadores de Bem-Estar no ambiente organizacional

1. Indicadores de Bem-Estar

  • Pesquisa de clima organizacional: aplicação periódica de pesquisas quantitativas e qualitativas para medir satisfação e engajamento.
  • Índice de Burnout e de Estresse: existem hoje questionários aplicados por profissionais da saúde que avaliam a exaustão emocional dos colaboradores.
  • NPS interno de bem-estar: criar um perfil de Net Promoter Score específico para bem-estar, perguntando: “De 0 a 10, o quanto você recomendaria a empresa como um bom lugar para trabalhar considerando o suporte ao seu bem-estar?”

2. Indicadores de Saúde

  • Taxa de absenteísmo: monitorar ausências relacionadas a problemas de saúde e comparar com a média do setor, e entre áreas na própria empresa.
  • Uso de benefícios de saúde: analisar dados de utilização de planos médicos, consultas psicológicas e academias.
  • Testes de saúde ocupacional: acompanhamento de indicadores como pressão arterial, IMC e exames laboratoriais (de forma anonimizada).
  • Sinistralidade do plano de saúde: monitoramento do índice de sinistralidade, analisando os custos dos planos de saúde em relação ao uso dos benefícios médicos pelos colaboradores. Reduções na sinistralidade podem indicar maior eficácia dos programas de prevenção e bem-estar.

3. Indicadores de Comportamento e Engajamento

  • Aderência a programas de bem-estar: percentual de colaboradores que participam de programas propostos. Aqui vale reforçar, como já fizemos em outros posts, que ações pontuais dificilmente geram mudanças reais. Por isso, recomendamos o investimento em ações contínuas, para que se consiga medir o antes, o durante e o depois.
  • Evolução de hábitos saudáveis: aplicação de um acompanhamento para mapear mudanças de comportamento ao longo do tempo (ex: aumento na prática de atividade física, alimentação saudável, qualidade do sono). Como exemplo, realizamos este acompanhamento com a nossa solução aqui na Huna, e vemos um pulo de 45% dos novos hábitos sendo construídos no primeiro mês para 85% no terceiro mês, mostrando a evolução da prática pelos colaboradores.
  • Análise de redes organizacionais: uso de ferramentas que identificam padrões de comunicação e colaboração para medir níveis de conexão e apoio social. Cada vez mais vemos o estresse sendo gerado pela falta de comunicação: equipes que trabalham remoto e nunca abrem as câmeras (não nos conhecemos mais!), falta de interação entre os integrantes, falta de clareza nos direcionamentos… para criar um time produtivo e que exista confiança no grupo, a interação e as informações são extremamente importantes.

4. Indicadores de Impacto no Negócio

  • Produtividade e performance: comparação entre times engajados nos programas de bem-estar e sua performance (OKRs, metas atingidas, avaliação de desempenho).
  • Turnover e retenção: correlação entre a participação nos programas de bem-estar e a taxa de saída voluntária de talentos.
  • Custo de afastamentos: monitoramento de afastamentos por questões de saúde mental e física.

Como Coletar e Monitorar Esses Indicadores no Dia a Dia?

A implementação de um sistema eficiente de monitoramento é essencial e, como viram acima, envolve diversas áreas e parceiros. Os times de benefícios, desenvolvimento, liderança, folha, bem-estar, saúde ocupacional, segurança do trabalho… precisam trabalhar juntas para que os indicadores possam ser cruzados e com isso gerar insights positivos para a organização. E este é um dos maiores problemas enfrentados pelas empresas: o de fazer todo o time entender que bem-estar é uma responsabilidade de todos e que, por isso, é essencial que as equipes internas se envolvam.

Algumas ferramentas de que podem ser usadas:

1. Plataformas de Monitoramento Contínuo, como Check-ins e Pesquisas Pulsadas

Ao invés de apenas pesquisas anuais ou a cada seis meses, realizar pesquisas diárias de medição do humor, níveis de estresse e satisfação de forma que seja simples e fácil de inserir na rotina do colaborador. Hoje já existem diversas ferramentas que fazem este tipo de pesquisas, como a Huna. Mas também Google Forms, Typeform ou Slack podem ser usadas para automatizar coletas rápidas.

2. Dashboards e Data Analytics

Ter dashboards para visualizar os dados de bem-estar ao longo do tempo, permitindo análises preditivas e correlações com métricas de RH e produtividade são essenciais. Hoje é muito difícil você encontrar um parceiro na área de bem-estar que deixe de medir os dados gerado pelo uso de sua solução. Não tem mais como realizar ações nas empresas sem medir os resultados e mostrar sua efetividade. Você também pode cruzar dados gerado por seus indicadores internos e dados das ferramentas de parceiros em softwares como Power BI, Metabase e Tableau que integram múltiplas fontes de dados.

3. Escuta Ativa e Grupos Focais

Dados quantitativos são essenciais, mas ouvir os colaboradores diretamente é crucial. Sessões de escuta ativa com lideranças e funcionários podem fornecer insights qualitativos poderosos sobre o impacto real das iniciativas.

Conectando Bem-Estar com o Negócio

Ben Horowitz, especialistas na área de gestão, reforça que um dos maiores erros dos líderes é não encarar a realidade como ela é. Muitas empresas evitam falar sobre os desafios de engajamento em bem-estar ou subestimam os problemas internos. Por isso é essencial cruzar as métricas de bem-estar com métricas de negócio, mostrando o impacto real dos resultados para o C-Level. Algumas estratégias incluem:

  • Apresentar correlações diretas: exemplo – um aumento de 20% na adesão ao programa de alimentação levou a uma redução de 15% no absenteísmo.
  • Monetizar o impacto: demonstrar economia com afastamentos, redução de turnover e aumento de produtividade.
  • Criar storytelling baseado em dados: compartilhar histórias de colaboradores que melhoraram performance e satisfação por meio dos programas de bem-estar.
  • Redução da sinistralidade do plano de saúde: empresas que investem em programas eficazes de bem-estar frequentemente observam redução nos custos com planos de saúde, resultando em menores índices de sinistralidade e melhores negociações com operadoras.

A mensuração de indicadores de bem-estar não deve ser apenas um relatório de RH, mas sim uma ferramenta estratégica para transformar a empresa. Usando dados e tecnologia, é possível não apenas justificar investimentos em bem-estar, mas também demonstrar seu impacto direto na performance e cultura organizacional.

Se bem-estar é um diferencial para atrair e reter talentos, provar esse impacto com números e narrativas convincentes é essencial para que o tema ganhe cada vez mais espaço na tomada de decisões empresariais. Afinal, com métricas bem definidas e uma abordagem orientada a dados, você pode transformar os programas de bem-estar a se tornarem uma vantagem competitiva real dentro da sua empresa.

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